sexta-feira, abril 27, 2007

Pausa e Palavra

Assim que encontrei esta frase do Nelson Rodrigues que publiquei no post anterior e já reli várias e várias vezes, só pude pensar: Magnífico.

Eu sempre pensei a este respeito, em deteminadas situações em que eu ficava sem palavras e me sentia mal por achar que a outra pessoa estava esperando que eu dissesse algo. E eu sempre ficava perdido nesses momentos. Oras, se não há o que dizer, porque fazê-lo? Por imposição? Por que faz parte das convenções sociais? Falta de educação? Não, falta de educação é falar bobagens ou arrotar falsas vitórias para preencher o que erroneamente se considera vazio.

Veja bem, considero a palavra valiosíssima, e dependo dela pra me fazer entender por aqui. Mas há momentos em que ela se torna desnecessária. Como tudo na vida, devemos equilibrar, nem de mais nem de menos. Pausa e palavra, palavra e pausa. Uma conversa musical. Cada trecho com seu valor, seu tempo, seu significado.

A pausa é reflexão, é pensamento, é estratégia, é descanso, é imaginação, é intimidade, é uma troca de almas, é uma demonstração de sentimento(bom ou ruim? depende do contexto). É um falar sem palavras. O que seria da palavra sem a pausa? Ou vice-versa?

A pausa entre os parágrafos, por exemplo, é sinal de renovação ou um novo ponto de vista, é um pequeno espaço para a assimilação do conteúdo anterior, uma divagação, livre para interpretações.

Eu vivo a vida entre palavras e pausas, sem seguir qualquer cartilha.

Apenas o momento, minha consciência e meu interlocutor me farão perceber quando falar e quando calar.

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